6 de junho de 2011

Querido... seja quem for que esteja a ler isto,

Vou começar por uma frase que li hoje e que achei... apropriada.
"Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora... Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço."
Às vezes durante os nossos dias rotineiros, nos sentimos aprisionados àquilo que um dia chamámos de vida. Se for por aí, eu à muito que não tenho uma, à muito que não vivo. Sinto-me acorrentada àquilo que todos esperam que faça mas que ninguém compreende.
Eu já ando em "piloto automático" à anos, sempre aquilo e o outro, sempre as mesmas pessoas a dizerem sempre as mesmas coisas a fazerem as mesmas coisas - que por vezes magoam e não se dão conta - até ao dia em que só quero gritar 'Basta!'. Mas não sou capaz. Digo-me de forte, capaz de superar qualquer coisa. As pessoas que giram à minha volta já tem entranhadas nelas essa ideia. Então e se eu já não for capaz? Capaz de cooperar com esta rotina a sugar-me a energia, o espírito?

"Sinto-me terrivelmente vazio. Há pouco estive chorando, sem saber exactamente por quê. Ás vezes odeio esta vida, estas paredes, essas caminhadas de casa para a aula, da aula para casa, esses diálogos vazios, odeio até este diário, que não existiria se eu não me sentisse tão só."
Vejo-me a procurar algo em coisas materiais, apenas para...sentir. Sentir, imaginar, pensar que talvez valha a pena. Mas não vale. São coisas materiais, descartáveis, insignificantes em comparação àquilo que realmente importa. Mas aquilo que realmente procuro e sou incapaz de expressão em voz alta, não tenho. Sempre pensei que quando alguém se importa, se apercebem, mas eu não passo de sombra.
Sim, aquele tipo de sombra que quando vais a passear sozinho/a na rua e o sol te reflecte na parede ou no chão, e tu pensas para ti, "a minha sombra está sempre aqui.", mas só dás por ti a pensar nela quando estás sem ninguém. É engraçado que no meio disto tudo, consegui pensar no Peter Pan, quando a sombra dele foge e ele tem de a cozer aos pés. Talvez eu seja essa sombra, mas ao contrário da sombra do Peter Pan, eu sou capaz de fugir bem mais longe, tão longe que seja impossível de a encontrar.

Mas nem tudo muda ao ritmo que queremos, e o que nos resta,
é esperar.


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